quinta-feira, 3 de março de 2011

Ensaio sobre a humanização


Eu me tornava mais humano com aqueles beijos. Eu, sempre gélido, me condensando nos seus olhos sem saber como. Me encontrei no abandono de todos os abstratos e concretos que possuí desde os meus primeiros choros no colo da minha mãe. Foi a paixão que me tornou cego de mim e nós começamos a viver a três. Eu, você e aquela matéria indefinida que nos conduzia como uma encenação de Chopin.

Tornávamos então, humanos. Toda a minha construção desde os braços aninhados da minha mãe, me fizeram acreditar que a paixão fosse capaz de fazer de mim um salvador, enquanto na verdade, era a matéria indefinida, cravada entre nós, entre os beijos, os abraços e as carnes que fizeram de mim um ser, no mais expresso da palavra, humano.

Dancei valsas, encenei, lutei pelos meus ideais, e por fim, a minha paixão por você não me tirou os pés do chão, senão para sonhar. A minha realidade, a minha vida, e o meu elo, sempre estarão presos à matéria indefinida, ao meu filho - mais conhecido como amor.

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