quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quem é ela?

Desde discursos presidenciais de George Bush à conversas de boteco, eis um tema que paira como neblina, tão ofuscante como antes: a liberdade.

Sem saudosismos principiantes, começo relembrando dos tempos - tempos esses que mal meu avô se encontrava no saco do seu pai - em que a liberdade era até então uma vertente desconhecida nos campos filosóficos do homem "antigo". Não tínhamos tempo para pensar sequer em sermos livres. O mundo precisava não de pensadores, mas de corpos agindo simultaneamente para o seu crescimento em alta escala.

Com esse processo de desenvolvimento não só tecnológico, mas inclusive cultural, aos poucos fomos encurtando saias, beijando nas esquinas e descobrindo, a ponta do rabo do que entendemos por liberdade, em seu sentido literal. Os jovens, sempre vanguardiando movimentos, obviamente, jamais retrocederiam a esse feito. Feito este que, da mini saia dos anos 60 acabamos no fio dental que já é marca registrada, pelo menos nas praias e carnavais paulistas e cariocas.

Do mesmo modo que escancaramos o buraco da liberdade de expressão, há hoje, quem dê os primeiros passos para lacrar onde antes havia um hímen. De uns tempos pra cá, a cada página aberta do jornal, nos deparamos com notícias que cada dia mais fazem menos sentido. Longe da censura da ditadura militar, a alucinação do homem por um controle transcedeu qualquer tipo de regime. Como o câncer que aparece em qualquer canto do nosso corpo, por qualquer motivo que sempre desconheceremos, as proibições vêm tomando um espaço descomunal. Foram abertas as portas para o deadline de tudo o que é bom. Droga virou mais do que demodê. O cigarro? Coitado. Hoje é coisa de vagabundo e folgado, que estupra o pulmão do vizinho a cada minuto. Xingar o amigo, a mãe do amigo, ou até comer a irmã do amigo e comentar depois, causa doença, é crime e ele pode virar um psicopata de primeira mão. Sim, por sua causa. Até as crianças foram pegas de surpresa. Agora não existe mais chantagem que as obriguem a comer. Em Minas Gerais já querem proibir a venda de brinquedos junto com o fast-food. E a palmada na criança depois de estourar a janela do vizinho? É crime. E em pouco tempo, essa palmada vai virar os tapas que você dá na bunda da sua mulher durante o sexo. Assim como o humano 'filho da puta', não pode mais ser dito durante os jogos de futebol. Estão nos empurrando guela abaixo uma verdadeira geração de brochas e meninos criados no carpete da avó.

E enquanto isso, Gandhi, Barack Obama e até os Beatles, usaram o seu santo nome em vão, minha querida liberdade, grande utopia dos nossos tempos.

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