segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mudei

Eu mudo muito. E rápido. E isso me assusta um pouco. Mudo o meu jeito de escrever, o meu jeito de pensar e o meu jeito de agir. Às vezes eu mudo o meu jeito de amar e as pessoas que amo. Tenho algum tipo de inconstância que é minha de uma tal forma que eu não acredito que seja minha. Me transformo tanto que não aceito ler textos antigos. Não são mais meus, então os deleto. Acharia mais bonito dizer que os queimei, mas às vezes me esqueço que vivo no século XXI.

E por falar em mudança, lembrei de uma frase. Desconheço o autor por pura preguiça, mas a minha amiga sempre repete: "Muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente." E também por falar em mudança de mundo, o meu mudou. Mudou a tal ponto de eu sentir falta da dor para poder me sentir. Mas acabei de me descobrir, e em me descobrir, eu descobri outros jeitos de descobrir o meu mundo e o lá de fora. Agora estou me sentindo assim, mudada.

A minha vida agora tem cor de laranja, como o céu que tenho visto nos últimos dias. Nunca vi o sol tão grande. Ele é tão grande quanto as várias novas sensações que eu vou sentindo durante o tempo que passa. Passei a gostar de ver o tempo passar sem eu passar junto com ele. E quando eu lembro da minha infância, eu também vejo cor de laranja. Talvez eu esteja voltando na mesma inocência da minha infância. Só que dessa vez, há o paradoxo de uma inocência impura.

Já é alguma mudança...

Um comentário:

  1. Escrever é divino, concorde você ou não com isso.
    Colocar-se em letras, palavras e orações aquilo que se é, ou aquilo que se acredita ser é algo além do que podemos supor.
    Traduzir-se em palavras é dom para poucos. Não conhecemos o nome da vida, mas quem escreve se aproxima desse nome.
    Amém...

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